Meses após sua pacata vida como herdeira milionária sofrer uma reviravolta e ela embarcar numa vertiginosa jornada pelo Egito, Lilliana Young está praticamente de volta à estaca zero.
Suas lembranças das aventuras egípcias e, especialmente, de Amon, o príncipe do sol, foram apagadas, e só resta a Lily atribuir os vestígios de estranhos acontecimentos a um sonho exótico. A não ser por um detalhe: duas estranhas vozes em sua mente, que pertencem a uma leoa e uma fada, a convencem de que ela não é mais a mesma e que seu corpo está se preparando para se transformar em outro ser.
Enquanto tenta dar sentido a tudo isso, Lily descobre que as forças do mal almejam destruir muito mais que sua sanidade mental – o que está em jogo é o futuro da humanidade.
Seth, o obscuro deus do caos, está prestes a se libertar da prisão onde se encontra confinado há milhares de anos, decidido a destruir o mundo e todos os deuses. Para enfrentá-lo de uma vez por todas, Lily se une a Amon e seus dois irmãos nesta terceira e última aventura da série Deuses do Egito.
Autora: Colleen Houck
Editora: Arqueiro
Páginas: 416
Nota: 3,5/5
E a minha carreira de colunista baseada em séries inacabadas parece que está chegando ao fim, hein?! A Coroa da Vingança é o último livro da série Deuses do Egito da escritora Colleen Houck, sim, a mesma de A maldição do tigre. Antes de começar devo deixar claro que nunca li a outra série então não tenho a menor condição de comparar as duas, mas gostei dessa série. A leitura foi bem leve e me ajudou a descansar de uma bateria de leituras densas que eu fiz antes.
Por ser o último livro, vou fazer a ambientação de forma bem simples para não entregar muito do que aconteceu nos últimos livros, mas Lily está de volta a fazenda da avó e, por algum motivo desconhecido, não se lembra de Amon e nem de nada do que eles viveram juntos. Ela não percebe que tem algo errado com ela até a volta de Hassan, meu grão-vizir favorito. A Guerra entre os deuses para manter Seth preso está prestes a começar e Lily é uma peça muito importante para que a paz se restabeleça, mas a falta de memória vai dificultar um pouco as coisas.
Eu achei que Colleen soube como encerrar bem uma série, ela juntou praticamente todas as pontas que ficaram soltas na história e conseguiu achar uma boa saída para a transformação de Lily. Eu já conhecia a história e não fiquei procurando por elaboração, só aceitei o que ela me entregava e acho que por isso a leitura foi tranquila.
Apesar disso meu lado crítico não deixou passar a limitação que a Lily desmemoriada trouxe a história. Como ela estava muito preocupada em se compreender e tinha perdido todas as referências que ela tinha do Egito, ela teve que trabalhar para se conhecer e entender a nova transformação pela qual deveria passar, mas também teve que correr atrás do tempo perdido e de conhecer coisas que já haviam sido apresentadas a ela no primeiro livro.
A escritora conseguiu trabalhar o texto de uma forma que não ficasse completamente repetitivo apresentar o Caronte a ela novamente, por exemplo, mas mesmo assim eu acho que isso deixou a história um pouco limitada em vários momentos.
Teve uma coisa que eu não senti falta durante a leitura, mas me dei conta agora quando fui ler as resenhas dos livros anteriores antes de escrever essa aqui, os pais da Lily não aparecem, é como se eles simplesmente não existissem. Eu entendi que tem a ver com a perda de memória da Lily, pois ela está de volta a fazenda da avó e o foco de relacionamento familiar é com ela, mas ela podia ter dado uma explicação mais cuidadosa para a forma como ela se libertou da relação opressora que tinha com eles. Isso era uma parte muito importante dela no primeiro livro e no segundo ela ainda não tinha se desvencilhado disso. Aí nesse aqui eles só sumiram e ela seguiu a vida dela e fim. Como eu disse, não senti falta enquanto li o livro, mas perceber isso me deixou com essa sensação.
Prepare seu coração para mortes, pois muitas delas virão por conta da Guerra e vocês vão entender a história dos Filhos do Egito por completo e também saberão o real motivo do ritual dos que eles executam a cada mil anos, que aconteceu no primeiro livro. EXATAMENTE! Fomos enganados pelos deuses novamente e até esse ritual tinha um significado diferente do que eles diziam. Preparem-se para o BAPHO!
Foi bem gostoso me despedir dessa série e cheguei ao final com a sensação de que mesmo com os altos e baixos ela mandou bem na série, você não vai sair egiptóloga formada, mas a história de Amon e Lily é bem bonita e eu gostei de testemunhar cada pedaço dela no fim das contas. E vocês, o que acharam da escrita dela?
Quotes:
"Havia a consciência de alguma coisa fazendo cócegas no fundo da minha mente, mas eu teimei em ignorá-la. Infelizmente, o que quer que fosse tinha cravado as garras e não seria afastada com tanta facilidade. O que era, que eu não conseguia lembrar?"
"Quando me levantei, meus joelhos se dobraram e eu rapidamente voltei a me sentar. Ofegante, segurei a colcha de retalhos da minha vó, os dedos apertando o tecido frágil com a mesma força que eu usaria em uma boia salva-vidas."
"Fiquei ali caída, a palha espetando meu pescoço e minhas costas enquanto ouvia. Será que eu estava morta? E tudo isso seria algum tipo de inferno reservado só para mim? Esse pensamento macabro me deu vontade de me enterrar mais fundo. Me esconder da insanidade que me cercava."
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