Dica de Leitura: Amor Letal (A história de Annith) - Robin LaFevers


Título Traduzido: Amor Letal (A história de Annith) 
ISBN: 9788550700243
Editora: V&R (Plataforma21)
Ano: 2016
Páginas: 442
Nota: 4,5/5
Sinopse: Amor Letal é o terceiro volume da série “O clã das freiras assassinas”. Uma trilogia rica em detalhes históricos e reviravoltas, refletindo a forte personalidade de protagonistas guerreiras.
Annith passou sua vida no convento de Saint Mortain aguardando ser enviada em missão, para lutar em nome do Deus da Morte. Por medo de ser punida ou rejeitada, durante seus anos de reclusão ela tentou ser sempre bondosa e obediente. Cobrava-se para ser a melhor, porém, em seu coração pairava a incerteza sobre seus dons e seu real valor como serva da Morte.
Suas habilidades com arco e flecha e como lutadora sempre superaram a de todas as outras. Então, por que nunca a escolheram? Eis que Annith chega à conclusão de que existe algo errado no convento: a abadessa.
Ao perceber isso, Annith decide ser dona de seu próprio destino e, num momento de extrema rebeldia, resolve fugir – ainda que isso signifique desafiar Mortain. Incerta e com medo sobre qual caminho seguir, ela aceita a ajuda de Baltazaar, uma das almas condenadas pelas irmãs do convento. Mesmo assim, Annith decide seguir seu caminho ao lado dele. No entanto, essa escolha pode ameaçar sua vida e seu grande amor. Skoob | Comprar: Amazon

Terceiro livro da série "O clã das freiras assassinas", Amor Letal, nos conta a história de Annith. Ela passou mais tempo que qualquer outra no convento, uma vez que foi abandonada em seus portões ainda bebê, por essa razão não se sabe as circunstâncias do seu nascimento e nem quais poderão ser os dons com que Saint Mortain a agraciou, mas até o momento ela não demonstrou nenhum.

Annith sempre treinou incansavelmente para ser a melhor em todas as habilidades ali ensinadas e ela realmente é a melhor, mas nunca foi designada para alguma missão ou saiu do convento, fato que a frustra por não conseguir entender o motivo de outras garotas mais novas, com menos tempo de treino e menos talento que ela conseguem servir ao seu Deus e ela não, mas esse motivo está prestes a ser revelado a ela.

"Tenho capacidade para lidar com todas as armas do arsenal da irmã Arnette, posso vencer a irmã Thomine em uma luta com a mesma frequência quanto ela me vence, minhas habilidades com o arco são melhores do que a de qualquer outra aqui, e posso montar um cavalo em pelo, de costas ou em pé."

Todos os anos vividos no convento a ensinaram a ser não só uma guerreira e amazona incrível, mas também a colecionar segredos. Ela sempre foi vista como boa, paciente e obediente, isso nunca fez com que ninguém desconfiasse o quanto ela lê e ouve através das portas. Foi exatamente assim que ela descobriu que sair do convento e servir em alguma missão para o Deus da morte não estava nos planos para o seu destino, pois a abadessa tem outra coisa em mente: ela será a nova vidente.

"Era um hábito que desenvolvi quando jovem: colecionar segredos como um avarento coleciona moedas."

Ser vidente para algumas servas de St. Mortain poderia significar a honra de ficar ainda mais próxima e poder ver e entender melhor os desejos dele, mas para Annith significa a perda de toda e qualquer esperança que ela poderia ter de uma dia colocar a prova todas as suas habilidades arduamente adquiridas por todos esses anos em favor dos desígnios de Saint Mortain Desesperada ela tenta confrontar a abadessa e fazê-la mudar de ideia, mas isso está fora de questão, então ela terá apenas duas opções: se resignar e aceitar o destino imposto a ela ou cometer o primeiro e grande ato de rebeldia fugindo do convento e fazer o seu próprio destino.

Annith já foi apresentada e mencionada nos livros anteriores, mas foi apenas em Amor Letal que conseguimos entendê-la e perceber que nem tudo que as outras garotas pensavam dela é verdade. De todas as três, ela é a que teve talvez o passado menos traumático, mas foi quem mais teve que se provar a vida toda, constantemente, e nada disso tirou a bondade de seu coração, apenas a deixou mais forte e corajosa.

"Todo mundo pensava que minha bondade era algo que vinha fácil para mim, que eu não me esforçava para ser assim, mas a verdade era que eu me esforçava. Da mesma maneira que as contas de um rosário corriam pelos dedos de um padre, uma litania de bondade passava constantemente pela minha cabeça: Seja forte, tenha certeza de que suas ações glorificam Mortain, não demonstre fraqueza permita que sua vontade ceda antes da dos outros."

O começo desse livro foi mais lento que os dos outros para mim. Ansiava pelo momento em que ela partiria e viveria sua aventura, mas quando essa parte chegou o livro deu uma bela acelerada e a mitologia ganhou grande destaque quando mais deuses foram mencionados e quando os hellequins surgiram no caminho de Annith. No começo os hellequins pareciam uma ameaça para ela, uma lembrança de que ela estava fazendo algo errado, mas depois foram de grande ajuda para ela e para a Bretanha.

"Mesmo assim, já estava questionando a sabedoria de meu plano, pois aqueles não eram simples servos de Mortain, mas homens sombrios e torturados que cheiravam a ameaça e perigo. Quando o dia clareasse totalmente, eu iria fugir. Nenhuma das histórias antigas falava de hellequins cavalgando durante o dia. Sem dúvida, eu conseguiria escapar deles."

A escrita de Robin LaFevers é deliciosa e a mitologia apresentada por ela é extremamente envolvente. Mesmo achando que esse seria o último livro desse universo fantástico estava feliz com esse final, mas recentemente descobri que a autora está escrevendo novos livros e eu mal posso esperar para lê-los. O clã das freiras assassinas com certeza é recomendado para leitores que gostam de fantasia, conflitos de guerra e mulheres fortes que apesar de todas as adversidades tornam-se donas de seu próprio destino.

Quotes:
"Apesar de saber que nunca o tinha visto antes na vida, havia algum fio de reconhecimento, alguma conexão oculta entre nós, tão indesejada quanto irritante."
"São todos aqueles que você matou, olhando para você com olhos assombrados, em silêncio, que o empurram de volta à vida. Você acaba disposto a pagar qualquer preço para evitar olhar para eles durante toda a eternidade."
"Eu tinha provado a liberdade e não podia abrir mão de ter o controle da minha vida."
"Depois que uma pessoa comete tantos erros quanto eu, ela se torna muito familiar com a plenitude da graça e da misericórdia de Deus."
"Coisas impossíveis aconteciam. Mas só se nós as fizéssemos."

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