Resenha: O beijo traiçoeiro - Erin Beaty

Com sua língua afiada e seu temperamento rebelde, Sage Fowler está longe de ser considerada uma dama — e não dá a mínima para isso. Depois de ser julgada inapta para o casamento, Sage acaba se tornando aprendiz de casamenteira e logo recebe uma tarefa importante: acompanhar a comitiva de jovens damas da nobreza a caminho do Concordium, um evento na capital do reino, onde uniões entre grandes famílias são firmadas. Para formar bons pares, Sage anota em um livro tudo o que consegue descobrir sobre as garotas e seus pretendentes — inclusive os oficiais de alta patente encarregados de proteger o grupo durante essa longa jornada. Conforme a escolta militar percebe uma conspiração se formando, Sage é recrutada por um belo soldado para conseguir informações. Quanto mais descobre em sua espionagem, mais ela se envolve numa teia de disfarces, intrigas e identidades secretas. E, com o destino do reino em jogo, a última coisa que esperava era viver um romance de tirar o fôlego. Skoob | Comprar: Amazon

Autora: Erin Beaty

Editora: Seguinte

Páginas: 440

Nota: 4/5

Sage Fowler é uma jovem de dezessete anos de espírito livre que gosta de dar aulas no convento, subir em árvores, usar calças e de língua afiada, juntando tudo isso a seu temperamento forte parece ser uma receita para que mesmo a melhor casamenteira da cidade de Demora, srta. Rodelle, a rejeite, ainda que o seu tio tenha pagado um alto preço por uma entrevista. Nada disso a incomoda, Sage não quer nenhum casamento arranjado e não está a procura de marido.

"Meu pai sentia prazer em aprender e me ensinar. Acho que isso me lembra dele. Mas o que mais gosto é de fornecer algo útil para a vida de outra pessoa. Dou aos meus alunos as ferramentas para criarem a vida que desejam. — Sage abaixou os olhos, envergonhada."

Mas ela tentou, a contragosto seguiu o que seus tios lhe pediram e treinou, no curto tempo que teve, comportamento e as melhores respostas para a entrevista com a casamenteira. Em parte ela acreditava que devia aquilo a eles por a terem criado desde a morte de seus pais. No começo da entrevista ela estava se equilibrando entre quem ela realmente é e quem seus tios queriam que ela fosse para impressionar srta. Rodelle, no fim permaneceu a sua própria vontade, falou o que pensava, se desentendeu com a casamenteira e foi rejeitada, o que para ela não tem importância, porém sua impudência poderia de alguma forma implicar no futuro de suas primas, então ela decide se desculpar e têm uma grande surpresa.

Seus tios querem que ela dê um jeito na vida e comece a pensar no futuro, mas até mesmo arranjar um emprego parece uma tarefa difícil graças a sua fama em relação a seu comportamento, até que surge a oportunidade de ser a assistente da casamenteira que a rejeitou. Uma inesperada proposta já que isso nunca tinha lhe passado pela cabeça, uma vez que menospreza a profissão de casamenteira. Vendo que não restou nenhuma outra escolha ela aceita e acaba descobrindo que ser casamenteira é fazer muito mais do que apenas arranjar um casamento entre duas pessoas.

"Quanto mais Sage aprendia sobre as casamenteiras e o poder que detinham, mais convencida ficava de que administravam o país por baixo dos panos."

Não foi a toa que srta. Rodelle escolheu Sage como assistente, ela é muito esperta, observadora, curiosa e se mostra valorosa para o Concordium, evento que só acontece uma vez a cada cinco anos e que reúne as melhores candidatas a noivas para casamentos arranjados com os melhores partidos. A casamenteira quer que Sage entre no Concordium disfarçada de candidata para poder observar melhor todos os envolvidos e ajudar a srta. Rodelle a fazer os melhores arranjos e ela segue sua missão a risca tomando nota de todos os pretendentes incluindo os guardas que fazem a escolta.

"O principal trabalho da alta casamenteira era selecionar as melhores da região para a conferência realizada uma vez a cada cinco anos, mas ela não desejaria entrar nem se fosse bonita ou rica o suficiente para ser considerada. Não tinha a menor vontade de ser guiada pelo país até Tennegol e praticamente leiloada como uma cabeça de gado premiada."

Do outro lado da história vemos que uma guerra está para se iniciar, pois existe uma crescente tensão entre o reino de Crescera e os kimisaros, que junto a um traidor estão conspirando contra o reino. A caravana com as pretendentes do Concordium vai passar perto desse território inimigo e o exército comandado pelo sobrinho do rei, o general Quinn, que após cometer um deslize em um confronto recente, foi designado para fazer a segurança das damas.

Aos poucos os dois lados da história vão se entrelaçando. Sage acaba se aproximando do cocheiro Ash que começa a desconfiar das reais intenções dela ao reunir informações sobre o exército. Sage se vê presa numa teia de mentiras e traição e acaba servindo de espiã para um dos lados dessa guerra. "O beijo traiçoeiro é o primeiro volume da Trilogia Traitor's Circle e nos apresenta um cenário fictício que mescla guerra com romance de época. É uma história envolvente que equilibra bem as duas coisas e te deixa curioso para saber o que realmente está acontecendo e como a trama vai acabar.

Foi uma leitura super gostosa que me pegou desde o começo, confesso que nos momentos em que se desenrolava os planos para a guerra fiquei um pouco confusa, mas no fim tudo fez sentido. O romance aqui não é o centro da trama e vai acontecendo aos poucos o que torna mais crível e nos faz torcer ainda mais para o casal ficar junto. O segundo (A missão traiçoeira) e terceiro (The Traitor's Kingdom) volume ainda não tem lançamento previsto no Brasil, mas espero que venha logo para que possa descobrir se a Sage será novamente uma espiã e os novos perigos que ela terá que enfrentar.

Quotes:

"Ah, a fúria dele era maravilhosa. Alimentava a dela como o vento num incêndio na floresta. Ele a havia tentado com a possibilidade de deixá-la partir, dar a ela uma vida longe de sua guarda, para em seguida arrastá-la para um casamento arranjado."

"Tenho o Concordium no ano que vem e preciso de ajuda para escolher as melhores candidatas . E você não tem a menor vontade de se casar, então não vai me apunhalar pelas costas."